os manuscritos do mar morto
antigo antro de tortura despe-se da maldição e se faz magia
a tempestade cai inunda a alma e estanca o tempo
no palco para o tesouro trazido de qumran
o passado se faz presente
apresenta-se em fragmentos de como tudo começou
pequenas tiras de couro, jarros, moedas, lamparinas,
iluminando o imaginário trazendo a ancestralidade
estão à minha frente os indícios
os salmos cantados lá são os mesmos que canto aqui
a sede que matava essênios é a mesma que agora abate
embora cisternas mostrem a busca de purificação
o pão, o vinho nas mesas altares da comunidade
cenas repetidas vozes
a fé se rende à razão.
ecos da esperança
tanto que o povo esperou chegou-me na parábola
do poço fundo do desejo, cinco sentidos dirpersos
em vida que não se sacia
aquela mulher pecadora, samaritana impura
viu de perto a água viva do amor
desperta para um sexto sentido
irriga o seco deserto
pequenas gotas, torrentes
inundam a razão com esperança
o eco - dá-me de beber - foi a senha
e ela nunca mais teve sede.
(Dedicado a João, o reverberador)
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