quinta-feira, outubro 15, 2009

Uma carta à Santa Teresa




Há quanto tempo não vens

minha amiga e conselheira

Sem teus ventos e sopros

sinto a alma migrar

para longe d’Ele e de mim


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Me abandonas assim


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Permites que eu solte

o espírito desbaratado

corisque de um mote a outro

como cavalo desenfreado


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Às apalpadelas

vivo o desatino

destino do desamparo

ou porões, minha morada


.
Peço que novamente me indiques

-há tempos dela me perdi-

os caminhos da paciência


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Vem, sinto tua falta

traze teus sugestivos versos

tuas dores e contentamentos

tuas agonias e o enlevo

tua elegância
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És sempre bem-vinda

mesmo quando tumultuas

-e quantas vezes o fizeste-

minha já tumultuada mente,

meu desgovernado coração


.
Vem e o segredo virá

-pois bem sinto mora em ti-

fazendo-se inspiração revelada

E, se não for muito o pedir,

ao vires traze

os ares e o canto das aves de Ávila

para que eu pressinta

-e apenas pressentir já é alívio-

o despertar da beleza


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Sabendo que és puro desvelo

eu atenta discípula me quedo

com carinho espero

por teus sinais, até mais....
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Beijos, carinho,

terça-feira, junho 30, 2009

A VISITA

O brilho dos corredores, a luz filtrada pelas gelosias das amplas portas e dos janelões, por tudo atravessavam histórias e mais histórias. Acompanhávamos encantados a alegria serena. Passávamos pelas reformas para instalação da memória no sobe e desce de escadarias. Acolá o ponto onde tudo começou em resposta a um chamado do Pai. Mais vitrais magníficos, testemunhas de vidas consagradas ao amor. Ali eram atendidos os ex-escravos que chegavam famintos e doentes. Aqui os moradores de rua recebem alimento, medicação e conforto..Mais alguns passos, repentinamente, os ruídos da movimentada avenida desaparecem. Os arcos, o pátio florido, perfumado, o canto dos pássaros, fazem um convite ao recolhimento. O tempo para. Não estamos mais no calendário. E nem em tempo algum. Apenas em um espaço-lapso. É quando o corpo se eleva. A alma toma corpo. O coração silencia. Somos a própria prece. Em estado puro. Estado de Graça..No lento anoitecer, o toque de um sino e o aroma da sopa nos chamam de volta. É hora do jantar. À mesa antiga mostra-se concretamente a alegria de servir.
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Depois das despedidas levamos conosco as imagens do devotamento a Jesus, realizado no cuidado aos necessitados.
Para o nosso cotidiano, a moção. A possibilidade. A certeza de que no olhar do irmão que sofre está o chamado do Amor...(Inspirado pelas Irmãzinhas da Imaculada Conceição e dedicado à Santa Paulina).

segunda-feira, junho 01, 2009

Ó Pátria amada!

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Dos filhos deste solo és mãe gentil...

Aos Josés de Cocal,

que não podem mais cantar o refrão.

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(novas tragédias não apagam as antigas)




sexta-feira, maio 15, 2009

Quando a inspiração se vai...

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Murmúrio
Cecília Meireles
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Traze-me um pouco das sombras serenas
que as nuvens transportam por cima do dia!
Um pouco de sombra, apenas,
- vê que nem te peço alegria.
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Traze-me um pouco da alvura dos luares
que a noite sustenta no teu coração!
A alvura, apenas, dos ares:
- vê que nem te peço ilusão.
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Traze-me um pouco da tua lembrança,
aroma perdido, saudade da flor!
- Vê que nem te digo - esperança!
- Vê que nem sequer sonho - amor!
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sábado, abril 11, 2009

a vida venceu a morte

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se à razão
escapa o mistério
do túmulo vazio
a fé nos permite contemplá-lo
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- a vida venceu a morte -
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que a boa nova chegue
aos quatro cantos da terra
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é hora do despertar
vai depressa, proclama
o infindo amor se ergueu
e quer a todos encontrar
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quinta-feira, março 19, 2009

segunda-feira, janeiro 12, 2009

pausa

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.................... GostosoDemais-(Dominguinhos)-Bethania