sexta-feira, outubro 12, 2007

NO DIA DAS CRIANÇAS

HISTÓRIAS DO VELHO LENHADOR
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O Velho Lenhador que sempre fora bem-disposto, há várias semanas sentia-se insatisfeito. Nos últimos tempos sua aldeia, à beira da floresta, tornara-se desanimada. Muitas crianças e jovens haviam partido para cidades grandes. Precisavam estudar ou buscar novas oportunidades. A floresta não mais vibrava com o som das reinações infantis. A praça da matriz não mais recebia o alegre vai-e-vem dos footings juvenis. Sentiu que precisava fazer alguma coisa.
Naquele dia acordou mais cedo ainda. Abriu a janela e, como acontecia em todas as manhãs, encontrou o Bem-te-vi.
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- Bom dia, meu amigo. Hoje vamos realizar um trabalho importante. Voe pela floresta acordando a bicharada. Avise a todos que precisamos nos reunir daqui a pouco na nossa clareira. É assunto urgente.
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- É p’ra já... bem-te-vi... bem-te-vi...
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E lá se foi ele.
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O Velho preparou o café, derramou-o na garrafa térmica, reuniu alguns biscoitos, acomodou tudo em seu embornal, assobiou para o Perdigueiro e partiu rumo à clareira.
Chegando lá muitos o esperavam.
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- Estamos preocupados tentando descobrir o motivo dessa reunião, disse o Tigre, assumindo a função de porta-voz dos seres da floresta.
As árvores balançaram seus galhos concordando com o Tigre.
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- Fiquem calmos. Esperem só mais um pouquinho. Logo todos estarão aqui e eu poderei começar a reunião.
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O Morcego piscava duro para espantar o sono. Dona Maritaca e suas irmãs conversavam, fazendo a maior barulhada. O Carvalho, sendo o mais sábio da floresta, tentava pôr ordem naquela bagunça.
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- Olhem! A família Preguiça chegou. Não falta mais ninguém. Podemos começar, disse a Margarida.
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O Velho Lenhador expôs aos amigos o motivo de sua tristeza. Sentia saudades da alegria que crianças e jovens traziam para aquelas bandas. Precisavam trazê-los de volta.
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Seguiu-se uma algazarra, com vozes da vários timbres concordando ao mesmo tempo, até que o Leão rugiu forte. Todos se calaram instantaneamente para ouvi-lo.
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- Vamos anotar as idéias que estão surgindo e criar grupos de trabalho.
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Foi aplaudido.
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- Eu faço a ata da reunião. Era a Coruja, com papel e lápis na mão.
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O Velho deixava que eles se entendessem e se deliciava com o que começava a ser planejado.
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Iniciaram a votação e uma das propostas foi aceita por unanimidade. O passo seguinte foi a concepção de um cronograma. Resolveram que a primeira tarefa seria realizada coletivamente.
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Saíram pela floresta coletando o necessário para a execução do projeto. Troncos e galhos caídos. Penas coloridas que os pássaros soltam durante a troca de plumagem. Folhas, flores, sementes já secas. Até garrafas pet, papéis amassados, saquinhos vazios, cacos de vidro, lixo deixado por turistas inconscientes, tudo que encontrassem seria útil.
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Enquanto isso, o Velho voltou à aldeia para contar os novos planos e convocar pessoas para o trabalho. O senhor Marceneiro mais o Pedreiro juntaram as ferramentas. Prontos a ajudar, todos se reuniram na praça juntando e classificando o material que os bichos traziam. O senhor Sanfoneiro, a menina Flautista e o Mestre do bandolim puseram-se a ensaiar antecipando o clima da festa.
Criaram grupos de especialistas e... mãos à obra.
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Os pássaros, sob o comando do Bem-te-vi, foram despachados para todos os recantos do país, convidando os filhos da aldeia para o grande acontecimento. O Elefante ficou encarregado de organizar seus pares nos trabalhos mais pesados. O Esquilo e seus irmãos traziam as frutas para alimentar o pessoal. Dona Rosa agrupava as flores em ramalhetes. Dona Boleira, claro, fazia bolos e quitutes. Os cachorros abanavam os rabos.
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Foram 24 horas de trabalho incansável. Nosso bom homem era só cuidado. Ao nascer do sol, tudo pronto. A satisfação era vista em todos os olhares.
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Aos poucos os convidados começaram a chegar. Extasiados com a novidade. A roda gigante rodando. O algodão doce adoçando. Os braços se abraçando. O trem fantasma fantasmarogando.
Barracas, balas, balões fabricados com todo esmero era embalados pela música e pelas risadas.
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E o carrossel! Nunca se vira algo assim. Um carrossel com cavalos de verdade. Cheios de pose, enfeitados com plumas e flores faziam a alegria de crianças e adultos.
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Anoitecia e todos já se entristeciam. A cidade não tinha luz elétrica. Na escuridão ficaria impossível continuar os folguedos.
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Foi quando o Papagaio interrompeu, por alguns instantes, os pares que dançavam no coreto para anunciar mais uma atração. A um aceno seu, tudo se iluminou. Uma grande nuvem de luz sobrevoou a aldeia.
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- E vocês pensaram que os vaga-lumes iam ficar fora dessa?
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A Igreja Matriz que até então permanecera quieta, iluminou-se por si enquanto fazia soar os seus sinos
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Os aplausos ecoaram pela aldeia e a diversão continuou cheia de brilho.
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O Velho sentado no banco da praça mordiscando uma maçã do amor se encantava com o resultado de tanto trabalho. A algazarra das crianças, as paqueras dos jovens, os amigos-bichos, os amigos-gentes, os amigos-plantas, todos reunidos em um único reino. O da fraternidade.
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Olhando aquele imenso Parque de Diversões plantado no meio da praça nem sabia mais se estava acordado ou se cochilava.

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Se realidade ou sonho? Não importa.
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Nosso bom homem era só contentamento.
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Dedicado aos meus NETOS e aos afilhados que a VIDA me deu.
No dia das crianças... beijos, carinho, Galera!
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Meus agradecimentos ao Jadon, meu revisor.
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segunda-feira, outubro 08, 2007

VERTIGENS

Nem preciso sair do lugar
O mundo rodopia por mim
São rostos, olhares, esquinas, tijolos
Pedaços
Sem feitio-contorno-sentido
Em dúbio mosaico
Vitral impreciso
Por onde as cores se formam-alternam-deformam
E os raios do sol são rascunhos de luz
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Dias escuros
Noites insones
Manhãs desbotadas
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(tem horas em que até o tempo se faz carrossel)
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Mas
Se sou ontem e amanhã
Meu coração sem motivo
Espera
Se apruma
Confia
Se rende
Perfuma
Se prende

No teu rodopio
Se entrega

A teu sopro
Teu fogo
Teu hoje
Teu beijo

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(tem horas em que é o coração a se fazer carrossel)
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quinta-feira, outubro 04, 2007

NO DIA DE SÃO FRANCISCO

"O coração de Francisco significa um estilo de vida, a expressão genial do cuidado, uma prática de confraternização e um renovado encantamento pelo mundo. Recriar esse coração nas pessoas e resgatar a cordialidade nas relações poderá suscitar no mundo atual o mesmo fascínio pela sinfonia do universo e o mesmo cuidado com irmã e mãe Terra como foi paradigmaticamente vivido por São Francisco."
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(Leonardo Boff)
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www.franciscanos.org.br
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segunda-feira, outubro 01, 2007

A SANTA DAS ROSAS

“Para mim, a Oração é um desabafo ardente do coração,
um grito de reconhecimento e de amor,
quer no meio da tribulação,
quer no auge da alegria!
É uma força misteriosa e sobrenatural
que dilata a alma e a une a DEUS.”
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(Santa Teresinha do Menino Jesus)
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