segunda-feira, janeiro 25, 2016

à minha cidade

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Foto by Lilly...
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o trem de pouso barulhento
fotografa a aproximaçãoda cidade que me viu nascerSão Paulo da poluição e riqueza
da exclusão e aconchego
do contraste e paradoxo

mas sobretudo de gente
vinda de todos os cantos
p'ra resistir e crescer
são tantos braços e almas
é tanto sangue em paixão
derramado por heróis
forjados no anonimato
é gente que fortalece
dá forma e faz viver
o concreto desvairado
revestindo-o de beleza.
Paulicéia, tens no amor teu alicerce.
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São Paulo - no teu aniversário





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no teu aniversário
a garoa envolveu o dia
cobriu a concretude
suavizou linhas e relevos
trouxe uma saudade agradável
daqueles tempos de infância
junto à sensação de aconchego
de colo
que só a mãe sabe dar

.tão suave estavas
silenciosa até
pude ver-te do avesso

.linda

.minha cidade
és tão imprevisível, perturbadora

és tão louca
ou
a louca sou eu
que apesar das tuas tantas contradições
não consigo deixar de te amar

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(Foto by Lilly)

sexta-feira, outubro 23, 2015

Irreverência a Vinicius

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domingo, outubro 18, 2015

na manhã de domingo

estava pronta para ler um paulo coelho, escutar altemar dutra,
desafogar em uma lata de sorvete (inteirinha)
minha angústia e minha desolação
mas
antes resolvi puxar a cortina
.
uma réstia de sol desvendava o contorno do bairro
fazia brilhar o espigão da paulista
.
a cidade despertava
surda às aflições que algumas persianas resguardavam
indiferente aos risos que escapavam de janelas escancaradas
.um cachorro latiu puxando o coro
uma leve brisa trouxe o perfume das rosas
o beija-flor me espiou de relance e se foi
.
e eu prostrada
.
quantas manhãs semelhantes já se repetiram
quantas vezes vi a cidade impassível
quer chova ou faça sol
.talvez jogue paulo coelho para longe
cante aos berros com diana krall
e descubra enfim o que se move 
bem aqui
under my skin
comigo sou só
estou por minha conta
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sábado, maio 30, 2015

Aspiração

De Adélia ou felipa quero os resmungos,
As queixas imaginárias ou reais
Seu embate enlevo com sagrados véus
As madeixas da sabedoria plena
Um carlos poeta de imperativo incêndio
Que me sussurre assim como a ela
Um desdobrável peito feito ladeira acima

De ti, Adélia, invejo e confesso
Mais do que a poética, roubo-te
A maturidade, a aceitação mineira
Do fortuito, do inevitável e da busca
No profano o que divino resta
Serena palavra ao encontro de ti mesma
De verdade tanta incontestável manto
Quero como tu, entardecer-me fé


De Teresa o que posso dizer
Furto-lhe a cadência e a elegância
Em feroz contenda, defesa firme da fé
Um joão santo poeta que em glosa seja
Arrebatado por meu verbo, verso amar
O fino e ferino humor, a sensualidade
Anseio de Deus feito fogo ardente
.
De ti, Teresa, invejo e confesso,
Mais do que a visão profética, roubo-te
O desejo da morte, se está longe o amado
A coragem santa expondo o próprio ventre
Alegria na agonia da entrega
Em labaredas ao abraço de Jesus
Espero ao anoitecer-me fé
Queimar-me na verdade como tu fizeste

Nos Campos quanto há mais para se voejar
Roubo-lhes o arejado em rente
A ruptura, o descontínuo espaço
Desconstrução real
Falácia verdadeira
Verso em espiral
Rima derradeira
Traços no papel

.
mão escrevente mente crendo a teia
sorvido laço em suave e complacente ardor
e o que mais aspirar posso do viver na expressão


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(Dedicado ao Pai que um dia há de explicar os motivos do meu sempre querer se é para nunca alcançar)
AdéliaTheresaCampos