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Protegida em minha bolha
Não deixo de interrogar
Para mim sei o que és
Não sei o que para ti posso ser
.
Trago-te, então para dentro
Na mão do menino esquálido
Pedinte de cola e coca
Acaricio-te sorris e somes
Misturado às gravatas
Aos camelôs em bravatas
Às mulheres que vendem o corpo
Cidadãos sem eira e nem beira
.
Consolo-me na consolação
Do silêncio delirante
Horas tantas badaladas
Largadas pelas calçadas
.
Protegida por claustro seguro
Abro uma pequena fresta
Deixo entrar a acidez
E penso se está tudo perdido
Tens violência e a aridez
Das ruelas esquecidas
Dos rostos das mães nas favelas
Da fome de alimento e de sonhos
.
Tua face mostra as fissuras
Heranças da civilização
Feridas abertas em fosso
Agonia de dor e paixão
.
Protegida em meu carro vermelho
Envolta na tua fumaça
Vejo abrir-se uma nesga
Nas hortas das marginais
Nos jovens de uniforme
Saltimbancos da esperança
Nas flores dos canteiros centrais
E em quem dá a elas o aroma
No rico fazer cultural
Na solidariedade latente
Organizada em mutirões
Nas passeatas cívicas
Exigentes de dignidade
Mestres renomeando a vida
.
Atravesso as tuas veias e campos
Sem mais precisar proteção
Perdida em meio às vontades
Vou nas asas dos pardais
Partilhando madrigais
Me levas a te descobrir
Querendo ser como és
A conservar a magia
Nas vilas, sobrados e avessos
Travestidos na riqueza
De teu povo soberano
Guerreiro que puxa o cimento
Sabe que o belo e o bom
Amanhece trabalhando
Para mim sei o que és
Não sei o que para ti posso ser
.
Trago-te, então para dentro
Na mão do menino esquálido
Pedinte de cola e coca
Acaricio-te sorris e somes
Misturado às gravatas
Aos camelôs em bravatas
Às mulheres que vendem o corpo
Cidadãos sem eira e nem beira
.
Consolo-me na consolação
Do silêncio delirante
Horas tantas badaladas
Largadas pelas calçadas
.
Protegida por claustro seguro
Abro uma pequena fresta
Deixo entrar a acidez
E penso se está tudo perdido
Tens violência e a aridez
Das ruelas esquecidas
Dos rostos das mães nas favelas
Da fome de alimento e de sonhos
.
Tua face mostra as fissuras
Heranças da civilização
Feridas abertas em fosso
Agonia de dor e paixão
.
Protegida em meu carro vermelho
Envolta na tua fumaça
Vejo abrir-se uma nesga
Nas hortas das marginais
Nos jovens de uniforme
Saltimbancos da esperança
Nas flores dos canteiros centrais
E em quem dá a elas o aroma
No rico fazer cultural
Na solidariedade latente
Organizada em mutirões
Nas passeatas cívicas
Exigentes de dignidade
Mestres renomeando a vida
.
Atravesso as tuas veias e campos
Sem mais precisar proteção
Perdida em meio às vontades
Vou nas asas dos pardais
Partilhando madrigais
Me levas a te descobrir
Querendo ser como és
A conservar a magia
Nas vilas, sobrados e avessos
Travestidos na riqueza
De teu povo soberano
Guerreiro que puxa o cimento
Sabe que o belo e o bom
Amanhece trabalhando
.
Segue a divina sina
Do santo que te batiza
Bélico pacificador
És martírio, és enlevo
És betoneira incansável
És útero e uma lágrima
És desafio, és afeto
.
Abaixo o volume do rádio
Premeditando o porvir
Sempre perdendo o rumo
Sempre me encontrando em teus braços
Segue a divina sina
Do santo que te batiza
Bélico pacificador
És martírio, és enlevo
És betoneira incansável
És útero e uma lágrima
És desafio, és afeto
.
Abaixo o volume do rádio
Premeditando o porvir
Sempre perdendo o rumo
Sempre me encontrando em teus braços
.
De soslaio as desvairadas
Cãs brancas no retrovisor
Mostram-me de que és capaz
Saberás encontrar tua paz
.
De soslaio as desvairadas
Cãs brancas no retrovisor
Mostram-me de que és capaz
Saberás encontrar tua paz
.
Sorrio para ti meu amor
Lanço um íntimo desejo
Lanço um íntimo desejo
Quando minh’ alma partir
Peço aos que bem te traduzem
Enterrem meu coração sem titubeios
Nos trilhos que te conduzem
.
Enterrem meu coração sem titubeios
Nos trilhos que te conduzem
.
.
Dedicado aos homens e mulheres, crianças, adultos e idosos, paulistanos por nascimento ou escolha, todos arquitetos da beleza, tradutores da verdade. Referências que me ensinam a entender e a amar cada vez mais esta cidade.
Dedicado também ao meu carrinho vermelho que me leva pelos caminhos de São Paulo...
Dedicado aos homens e mulheres, crianças, adultos e idosos, paulistanos por nascimento ou escolha, todos arquitetos da beleza, tradutores da verdade. Referências que me ensinam a entender e a amar cada vez mais esta cidade.
Dedicado também ao meu carrinho vermelho que me leva pelos caminhos de São Paulo...
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