quarta-feira, fevereiro 16, 2005

Auto-Definindo-Alto

De Adélia ou felipa quero os resmungos,
As queixas imaginárias ou reais
Seu embate enlevo com sagrados véus
As madeixas da sabedoria plena
Um carlos poeta de imperativo incêndio
Que me sussurre assim como a ela
Um desdobrável peito feito ladeira acima

De ti, Adélia, invejo e confesso
Mais do que a poética, roubo-te
A maturidade, a aceitação mineira
Do fortuito, do inevitável e da busca
No profano o que divino resta
Serena palavra ao encontro de ti mesma
De verdade tanta incontestável manto
Quero como tu, entardecer-me fé


De Teresa o que posso dizer
Furto-lhe a cadência e a elegância
Em feroz contenda, defesa firme da fé
Um joão santo poeta que em glosa seja
Arrebatado por meu verbo, verso amar
O fino e ferino humor, a sensualidade
Anseio de Deus feito fogo ardente
.
De ti, Teresa, invejo e confesso,
Mais do que a visão profética, roubo-te
O desejo da morte, se está longe o amado
A coragem santa expondo o próprio ventre
Alegria na agonia da entrega
Em labaredas ao abraço de Jesus
Espero ao anoitecer-me fé
Queimar-me na verdade como tu fizeste

.
Nos Campos quanto há mais para se voejar
Roubo-lhes o arejado em rente
A ruptura, o descontínuo espaço
Desconstrução real
Falácia verdadeira
Verso em espiral
Rima derradeira
Traços no papel.


mão escrevente mente crendo a teia
sorvido laço em suave e complacente ardor
e o que mais aspirar posso do viver na expressão


(Dedicado ao Pai que um dia há de explicar os motivos do meu sempre querer se é para nunca alcançar)

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