terça-feira, abril 05, 2005

SEM EIRA NEM BEIRA

revirei minha bolsa
olhei dentro de armários
vasculhei dicionários
estantes, memórias, instantes
andarilha da alma
me embrenhei por escuros
abecedários vazios
desisti de meu verso invertido
vocabulário perdido

sem eira nem beira
encontrei-me despida
catadora do olhar
em reversa palavra
emprenhei-me da luz
serena a esperar
no prazo o ato
parto de mim
finalmente a dor
há de se cumprir poesia

(Dedicado a Anselm Grün)
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