quarta-feira, janeiro 12, 2005

RECUPERAÇÃO

Por onde andavam minhas idéias
Enquanto falavas dos signos

Em que metáforas me escondia
Enquanto tentavas mostrar
A serventia dos sinais

Em que interrogações me metia
A ponto de não escutar
O que enlevado dizias
Sobre a beleza gráfica
Pousada num texto qualquer

Hoje sinto tua falta
De teu amor à gramática
Me arrependo dos devaneios
Das exclamações reticentes
De ser pega te acenando
Para poder depois colar

Por onde é que te escondes
Em que aspas te emaranhas

Sem fôlego desassossegados
Trôpegos qual bêbados tontos
Andam meus versos a esmo

Como começar o suspiro
E recuperar teu desejo
Se nem sei usar os dois pontos

(Dedicado à Márcia Maia que nunca perdeu uma aula nessa vida)

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