domingo, outubro 09, 2005

REVOLUÇÃO

Quero outra vida p’ra mim
Uma que não dependa de planos
Que não me consuma as horas
Em lidas sem direção ou efeitos
.
Quero livre a mente
Pensamento leviano
A alma solta no espaço
Forjados na imprudência
Passos a me afastarem
De tudo o que seja supérfluo
Me devolvendo o olhar
De auto-libertação
E que ainda de quebra me ensinem
A arte de restaurar corações
.
Quero o frescor, quero a alegria
Que nascem num largo sorriso
Das crianças em folguedos
Dos namorados nas praças
Em bitoquinhas e juras
Dos aposentados e seus tênis
Sarados na ronda do bairro
Quero as cores e a melodia
Que vicejam nas feiras-livres
Minha gente se lambuzando
Nos sabores das frutas maduras
.
Quero pisar as ruelas
De mãos dadas com as calçadas
Deixar que elas me ponham
Em marcha, em bailado de corpo
Rodando na ventania
Transformada inspiração
Hino venta leve
Leva alento
Às horas de sombra ou de sol
Ou de chuva ou de fome ou de sede
.
Esta é a vida que quero p’ra mim.
Aquela que vem com o amor.
Só ele é capaz de trazer
Em cada pegada a surpresa:
Serventia p’ro meu canto,
Destino ao meu caminhar.
.
(dedico à maria-menina, agradecendo pelo toque)

.

Nenhum comentário: