HISTÓRIAS DO VELHO LENHADOR.-- Está na hora. Preciso dormir. É seu turno.
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Desde há muito era acordado pela voz estridente da Coruja. Antes que o dia clareasse ela já estava batendo à janela.
Levantava-se, preparava o café, enquanto seu fiel escudeiro ia ver como estava o tempo lá fora.
Desde há muito era acordado pela voz estridente da Coruja. Antes que o dia clareasse ela já estava batendo à janela.
Levantava-se, preparava o café, enquanto seu fiel escudeiro ia ver como estava o tempo lá fora.
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-- Hoje chove ou hoje faz sol... sempre acertava. Êta Cãozinho sensível! Perdigueiro dos bons.
-- Hoje chove ou hoje faz sol... sempre acertava. Êta Cãozinho sensível! Perdigueiro dos bons.
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No embornal, apenas uma côdea de pão e a garrafa térmica. Não levava machado nem serra, pois era um lenhador diferente da maioria. Apenas recolhia os galhos que as árvores deixavam pelo chão.
À porta, os pássaros já o esperavam e lá ia o grupo proseando alegremente em direção à floresta enquanto o sol nascia.
Sempre o primeiro a falar, lá vem o novidadeiro do Bem-te-vi.
No embornal, apenas uma côdea de pão e a garrafa térmica. Não levava machado nem serra, pois era um lenhador diferente da maioria. Apenas recolhia os galhos que as árvores deixavam pelo chão.
À porta, os pássaros já o esperavam e lá ia o grupo proseando alegremente em direção à floresta enquanto o sol nascia.
Sempre o primeiro a falar, lá vem o novidadeiro do Bem-te-vi.
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-- Sabe que durante a noite nasceu o nenê da Girafa?
-- E foi tudo bem?
-- Sim ele até já está brincando pela clareira.
-- Eu é que não dormi nada, disse o Pica-pau.
Uma gargalhada geral.
-- E por que não dormiu?
-- O Esquilo, aquele que mora no andar de baixo, roncou a noite inteira. Um ronco tão forte que fazia tremer toda a árvore. Até parecia terremoto.
Riram muito, pois diariamente ouviam a mesma reclamação.
-- Sabe que durante a noite nasceu o nenê da Girafa?
-- E foi tudo bem?
-- Sim ele até já está brincando pela clareira.
-- Eu é que não dormi nada, disse o Pica-pau.
Uma gargalhada geral.
-- E por que não dormiu?
-- O Esquilo, aquele que mora no andar de baixo, roncou a noite inteira. Um ronco tão forte que fazia tremer toda a árvore. Até parecia terremoto.
Riram muito, pois diariamente ouviam a mesma reclamação.
.A cabana era a última da aldeia antes da entrada da floresta. Rapidamente lá estavam e o velho lenhador ia dando os bons dias aos amigos que encontrava. Fazia a inspeção costumeira, no que era acompanhado pelo Grupo de Defesa da Floresta. Visitava doentes, resolvia alguns probleminhas. Hoje iria visitar o bebê girafa.
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Sim, havia naquelas bandas uma ONG criada para resolver os problemas internos da comunidade, suprir necessidades, principalmente para impedir a entrada das malditas motos-serra. O Carvalho, morador mais antigo, na verdade criador daquela floresta, era o presidente. Profundo conhecedor das demandas da mata, um sábio, sempre ouvido por todos. O vice era o Leão, encarregado de negociar com os madeireiros que porventura ousassem por ali aparecer. Vinham derrubar árvores para depois vendê-las. Punham em risco a sobrevivência do lugar. Mas quando o Leão aparecia, corriam. E quem gostaria de ficar cara a cara com ele numa negociação? O primeiro secretário era o Elefante que tinha como tarefa principal organizar o transporte da água do rio em caso de incêndio. O fogo, muitas vezes criminoso, apavorava a comunidade. O velho lenhador, além de presidente de honra, era presidente do conselho e intérprete. Era o único humano com quem os animais e as plantas conversavam. Único humano a quem confiaram o segredo de seus idiomas. Tesoureiro não tinha lá. Não havia precisão, uma vez que tudo se resolvia através de trocas. Principalmente trocas de afetos.
Sim, havia naquelas bandas uma ONG criada para resolver os problemas internos da comunidade, suprir necessidades, principalmente para impedir a entrada das malditas motos-serra. O Carvalho, morador mais antigo, na verdade criador daquela floresta, era o presidente. Profundo conhecedor das demandas da mata, um sábio, sempre ouvido por todos. O vice era o Leão, encarregado de negociar com os madeireiros que porventura ousassem por ali aparecer. Vinham derrubar árvores para depois vendê-las. Punham em risco a sobrevivência do lugar. Mas quando o Leão aparecia, corriam. E quem gostaria de ficar cara a cara com ele numa negociação? O primeiro secretário era o Elefante que tinha como tarefa principal organizar o transporte da água do rio em caso de incêndio. O fogo, muitas vezes criminoso, apavorava a comunidade. O velho lenhador, além de presidente de honra, era presidente do conselho e intérprete. Era o único humano com quem os animais e as plantas conversavam. Único humano a quem confiaram o segredo de seus idiomas. Tesoureiro não tinha lá. Não havia precisão, uma vez que tudo se resolvia através de trocas. Principalmente trocas de afetos.
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As árvores mais altas, os insetos e os pássaros faziam a vigia. Conseguiam detectar qualquer comboio que se aproximasse ou qualquer início de incêndio. E sempre que o perigo fosse iminente todos eram convocados pelas Maritacas, e passavam a formar um enorme mutirão de salvamento quer apagando o fogo quer impedindo que gente malvada, interessada em destruir a floresta, pudesse ali entrar.
Viviam felizes, em harmonia. Cuidavam-se uns dos outros e do lar que era de todos. E davam exemplo para o mundo.
Tanto que o velho lenhador já está arrumando as malas. Pela primeira vez sairá de sua aldeia, de sua floresta. Vai viajar para a Europa, imaginem, acabou de ganhar o Prêmio Nobel da Paz.
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As Histórias do Velho Lenhador sempre as dedico aos netos e hoje não poderia ser diferente, meus” bunitinhos”... rs.
As árvores mais altas, os insetos e os pássaros faziam a vigia. Conseguiam detectar qualquer comboio que se aproximasse ou qualquer início de incêndio. E sempre que o perigo fosse iminente todos eram convocados pelas Maritacas, e passavam a formar um enorme mutirão de salvamento quer apagando o fogo quer impedindo que gente malvada, interessada em destruir a floresta, pudesse ali entrar.
Viviam felizes, em harmonia. Cuidavam-se uns dos outros e do lar que era de todos. E davam exemplo para o mundo.
Tanto que o velho lenhador já está arrumando as malas. Pela primeira vez sairá de sua aldeia, de sua floresta. Vai viajar para a Europa, imaginem, acabou de ganhar o Prêmio Nobel da Paz.
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As Histórias do Velho Lenhador sempre as dedico aos netos e hoje não poderia ser diferente, meus” bunitinhos”... rs.
Expandindo a dedicatória, ela vai também para a Vida, para as crianças, para os bem jovens e para os nem tão jovens assim, todos os que me aceitam como avó... rs.
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No dia das crianças... beijos, carinho, Galera!
No dia das crianças... beijos, carinho, Galera!
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