segunda-feira, setembro 12, 2005

NO DESERTO

Pobres de nós
nem uma rede temos
para descansar nossas mentes,
para largar nossos corpos
no tom lascivo do abraço.
.
Pobres de nós,
nem um pátio florido
para abafar nossos passos
traçados pelas tormentas,
trançados na rebeldia.
.
(aqui acolá uma fruta caldo escorrente sede)
.
Persistem-nos as areias
ásperas, cúmplices, mutantes.
Nelas podemos deitar
nossas febres em urgência,
nossas almas retalhadas
que o vento embala e adormece.
.
Pobres de nós, ricos amantes!
.
(dedicado aos que do amor são andarilhos)

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