domingo, dezembro 09, 2007

PERFIL ÀS AVESSAS

Mãos sobre o teclado, um olhar de soslaio, o encontro com o espelho. Sou o que vejo e disso já estou cansada. Escolho pinçar no nome aquilo que quero ser. E saio por aí a sondar inspiração alheia.
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De ti, Adélia, invejo e confesso, mais do que a poética, roubo-te a maturidade, a aceitação mineira do fortuito, do inevitável e da busca no profano o que divino resta. Serena palavra ao encontro de ti mesma de verdade tanta, incontestável manto. Quero como tu, entardecer-me fé
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De ti, Teresa, invejo e confesso, mais do que a visão profética, roubo-te o desejo da morte, se está longe o amado, a coragem santa expondo o próprio ventre, a alegria na agonia da entrega em labaredas ao abraço de Jesus. Espero ao anoitecer-me fé queimar-me na verdade como tu fizeste.
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Nos Campos quanto há mais para se voejar. Roubo-lhes o arejado em rente, a ruptura, o descontínuo espaço. Desconstrução real, falácia verdadeira, verso em espiral. Rima derradeira, traços no papel.
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E o que mais aspirar posso do viver na expressão.
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