quinta-feira, maio 03, 2007

Quarta Parada

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Mãe deixa a filha e se vai. É tanta dor que mergulho nas lágrimas alheias. Os perfumes das flores misturam-se, provocam náusea e sufocam um grito. Vozes graves desejam força. Fico pensando se é de força que precisamos nessas horas. Eu prefiro a fraqueza. Para chorar, perder os sentidos ou fazer alguma loucura. Ao pé do caixão – nem a conhecia – reflito clichês. A luz das velas levam o pedido. Que Maria a receba e acolha. Enquanto afivelam as cintas abraço os netos, procuro olhos amigos úmidos. Últimas amarras antes da liberdade.
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(dedicado à Rosana que ainda chora)
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