
Há quanto tempo não vens
minha amiga e conselheira
Sem teus ventos e sopros
sinto a alma migrar
para longe d’Ele e de mim
.
Me abandonas assim
Só
.
Permites que eu solte
o espírito desbaratado
corisque de um mote a outro
como cavalo desenfreado
.
Às apalpadelas
vivo o desatino
destino do desamparo
ou porões, minha morada
.
Peço que novamente me indiques
-há tempos dela me perdi-
os caminhos da paciência
.
Vem, sinto tua falta
traze teus sugestivos versos
tuas dores e contentamentos
tuas agonias e o enlevo
tua elegância
.
És sempre bem-vinda
mesmo quando tumultuas
-e quantas vezes o fizeste-
minha já tumultuada mente,
meu desgovernado coração
.
Vem e o segredo virá
-pois bem sinto mora em ti-
fazendo-se inspiração revelada
E, se não for muito o pedir,
ao vires traze
os ares e o canto das aves de Ávila
para que eu pressinta
-e apenas pressentir já é alívio-
o despertar da beleza
.
Sabendo que és puro desvelo
eu atenta discípula me quedo
com carinho espero
por teus sinais, até mais....
.
.
Beijos, carinho,
